Aos 85 anos, Martinho da Vila é dono de um legado fundamental na música popular brasileira e coleciona álbuns que são obras primas do samba.
Diante dessa bagagem se torna ainda mais interessante quando um medalhão do samba como ele se permite trafegar em uma zona ainda pouco explorada.
É o que acontece em “Negra ópera”, seu novo álbum.
O título resume bem a obra que constrói de fato uma ópera ao longo das suas 12 faixas.
A introdução com um arranjo orquestral épico que encerra com Martinho evocando a figura de Zumbi dos Palmares, dando o tom de resistência do povo preto brasileiro em meio ao fantasma da morte que os cerca constantemente.
A morte, inclusive, é um elemento central de “Negra ópera”.
As regravações de sambas antigos completadas com mais três faixas inéditas trazem histórias marcadas por tragédias e que giram em torno do tema, porém de forma sempre poética, carregada de beleza e embalada pela voz confortante do sambista.
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