Enquanto Emicida hasteia a bandeira do afeto para quebrar o estereótipo do rapper marrento, em consagradora reversão de expectativas, Criolo pesa o discurso.
Sistema obtuso – música inédita que junta Criolo ao duo Tropkillaz em single e clipe apresentados na última sexta-feira, 18 de dezembro, em edição da gravadora do artista, Oloko Records – pode causar estranheza pelo tom pesado em quem cultua Nó na orelha (2011), álbum que deu projeção ao rapper paulistano há nove anos com azeitado mix de rap, soul, bolero, samba, afrobeat e reggae.
De lá para cá, Criolo estreitou laços com ícones da MPB – a ponto de fazer turnê e gravar disco com Milton Nascimento – e se converteu ao samba em álbum antológico, Espiral de ilusão (2017), que gerou conexões com bambas como Paulinho da Viola.
Sistema obtuso é single indigesto e incendiário que joga verdades na cara, tendo originado clipe filmado em realidade estendida (XR), em São Paulo (SP), sob a direção de Denis Cisma, diretor do cultuado vídeo decorrente do já mencionado single Boca de lobo.
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