Em 1995, quando Ludmilla nasceu no município fluminense de Duque de Caxias (RJ), o pagode feito nos fundos dos férteis quintais cariocas da década de 1980 já tinha sido suplantado nas paradas pela paulistana geração pagodeira dos anos 1990.
Por mais que o bamba Zeca Pagodinho tenha desafiado essa supremacia mercadológica a partir de 1995, o tom do samba nas rádios era o do pagode menos percussivo de Raça Negra e Cia. O balanço era outro.
É nesse contexto geracional que deve ser entendido o recém-lançado álbum de pagode de Ludmilla, Numanice ao vivo, disponível desde 29 de janeiro com 25 músicas reunidas nos 14 números de show captado em 25 de novembro em apresentação fechada da artista no Pão de Açúcar.
Embora o disco tenha sido gravado no icônico cartão-postal da cidade do Rio de Janeiro (RJ), o repertório de Numanice ao vivo reproduz a já originalmente diluída matriz pagodeira paulistana que brotou a partir de 1990, permanecendo firme no mercado fonográfico ao longo dos anos 2000.